O carro, o cão e a minha filha. Ah... e o muro de betão!

Hoje não foi, definitivamente, um bom dia para mim.

Bati com o carro. E logo com o da minha mulher.
Foi a forma que escolhi para apimentar um pouco o começo deste dois dias de descanso.
Qual é o interesse de ter dois dias só para nós próprios, para podermos fazer o que quisermos, para nos divertirmos, se os mesmos não tiverem aquela adrenalina, aquele factor surpresa, aquele... tesãozinho.

Então toca de... tau... bater com o carro.
Não... brincas... como dizem aqueles belos anúncios do Media Markt "eu é que não sou parvo".
Ia lá agora ter dois dias de paz mental, quando os posso passar a pensar no carro que fodi todo, heim?!
Aliás, devíamos todos bater uma vez por ano para fazermos uso do seguro.
Devia ser mesmo obrigatório por lei.
Já que pagamos... temos de utilizar tudo a que temos direito.

Uma coisa que eu já reparei ao longo da vida é que... tudo o que é mau, chega sempre á Sexta-Feira.
Ou seja a desgraça é como um familiar, é como aquele filho que está na tropa e regressa ao fim-de-semana.

E claro... como bons pais que somos recebemos sempre bem os nossos filhos e cheios de alegria e saudade.
Mal acabei de bater, em vez de tristeza... senti uma enorme alegria pois a minha filha, a Desgraça, acabava de chegar.

Está gira, está crescida.
E desta vez, trouxe consigo um pequeno cãozito. Um simpático canídio que gosta muito de correr, de brincar e de atravessar estradas.
E eu claro, para que ele não fosse atropelado por um carro qualquer que por ali passasse, decidi passar eu próprio e ser eu a tentar evitá-lo, pois outro qualquer podia acertar-lhe.

Felizmente consegui.
Evitei-o.
Não o atropelei.
O pequeno estava a salvo.
Infelizmente rebentei o carro todo contra o muro de betão no exterior da rotunda... mas tirando isso, valeu apena.
Afinal a Desgraça é nossa filha e temos de fazer tudo para lhe agradar.

Vou sentir saudades dela, até á sua próxima visita.
Felizmente... ela é uma filha espectacular e vem-nos visitar muitas vezes.
Tem sido incansável.

Linda menina.


Como tudo que na vida fazemos pelos filhos, fazemos com gosto, a sentença é... luxo... pois está claro!